O leitor deve antes ler a primeira parte. Que é o post anterior a este.
Segunda parte
“O que aconteceu? Onde você está Marta?”
“Não se preocupe, apenas escute. Eles vão tocar sua campainha a qualquer momento. Não diga que eu telefonei. Entrarei em contato mais tarde. Leo, não aceite trabalhar para eles.”
“Eles quem? Alo!”
“Confie em mim Leo, você não vai se arrepender. Até mais tarde.”
Marta desligou o telefone. Pouco depois a campainha tocou. Era um casal. Uma mulher de uns quarenta anos e um cara de uns trinta e cinco. A mulher parecia estrangeira e o cara era bem grande. Convidei os para entrar. Não tenho ideia de como passaram pelo porteiro sem serem anunciados. A mulher me parecia bem esperta e ótima negociadora.
“Leo sem rodeios, onde estão as telas?”
Eu entendi rápido, aquele casal por algum motivo acreditava que eu estava fazendo parte da quadrilha de falsificadores. Maldita Renata da galeria, deve ter espalhado a notícia bem rápido.
“Me desculpe a senhora está me confundindo. Não sou colecionador, nem tão pouco negocio arte.”
“Leo sabemos que ela acabou de te telefonar.”
“Ela?”
“Isabella Cordiolla.”
“Desculpe. Quem são vocês?”
Desta vez foi o grandalhão quem falou.
“Policia federal.”
“Olha gente, eu não conheço nenhuma Isabella Cordiolla.”
A mulher sorriu, estava calma, ao mesmo tempo parecia maternal.
“Você a conhece por Marta Calliere. Este é sobrenome da mãe, Calliere.”
“Talvez eu conheça. Mas alguém pode me explicar o que está acontecendo.”
Mal terminei de falar e outro homem entrou na minha sala. Ele e a mulher cochicharam por estantes. Depois ele se virou para mim.
“Senhor Chacra, temos tudo para acreditar que o senhor está envolvido numa quadrilha de falsificação de telas. Acontece que nossa especialidade não é falsificação de arte. Aliás, pouco me importa.”
“Do que estamos falando então?” Eu perguntei. O homem me encarou com dúvidas e me perguntou:
“Meu nome é Armando Gentil. Sou chefe da divisão antiterrorismo do Brasil. Uma agencia secreta dentro da policia federal. Agora me diga, pois não temos muito tempo, o que há de especial no DVD que você acabou de assistir?”
Armando parecia realmente honesto. Então expliquei. Tudo, como eu conheci, Marta, agora Isabella. De nunca ter feito aquela cena do DVD. Mas então quem seria? Um irmão gêmeo? Armando, talvez por falta de tempo, foi bem objetivo:
“Isabella vem de uma família de oito gerações de falsificadores. Os Cordiollas. Eles agiam na Itália até se mudarem para o Brasil nos anos cinquenta, depois da guerra. Os que ficaram na Itália partiram para outros ramos de atividade, mas os daqui do Brasil continuam. Acontece que a única realmente talentosa é Isabella. Talvez a mais talentosa das oito gerações. A Interpol diz que a menina é um gênio. Mas o tempos mudam, as tecnologias se aperfeiçoam. E Isabella sempre foi procurada por muita gente. Criminosos de todos os tipos, sempre se interessaram pelo talento da menina. Este vídeo que você acabou de ver é uma falsificação de você mesmo, senhor Chacra. Estela, esta linda policial que está aqui com Marcos, acreditavam que você tivesse algo a ver com estes criminosos. Mas a minha experiência diz que você só um contato desta menina com o mundo real. Ou ainda com o mundo artístico. De alguma forma ela precisa de você, senhor Chacra.”
Aquilo me deixou atordoado, eram muitas informações.
“Mas afinal quem morreu atropelada pelo ônibus?”
Armando deu de ombros e disse.
“Um boneco, ou ainda boneca. A falsificação dos tecidos, dos órgãos era tão perfeita, que os médicos legistas quase deixam escapar.”
“Você está me dizendo que esta menina pode falsificar seres humanos?”
“Mais ou menos. Ela pode fazer vídeos conseguir impressões digitais... Verdade que até hoje ela, e seus cúmplices não haviam conseguido ir tão longe. Mas agora ela nos amedronta.”
Desta vez Estela foi quem falou:
“Ela, ou eles, podem falsificar uma autoridade, um rico empresário, desviar dinheiro, entrar em salas de segurança... A vida da própria presidente da república corre perigo. Precisamos agarra-la o quanto antes, Mesmo porque este tipo de tecnologia que ela desenvolveu não pode cair em mãos erradas.”
“Outras nações você diz?”
“Sim”.
Eu não tive escolha a não ser aceitar trabalhar para a polícia. Me disseram que eu seria vigiado vinte quatro horas por dia, para deixar o meu celular ligado. E não se preocupar, o celular estava grampeado, e todos meus passos monitorados.
“Acontece que ela sabe que vocês entraram em contato comigo.”
Armando Gentil me olhou e disse:
“Sabemos disso senhor Chacra. E se ela o fez é porque existe um motivo. Como eu lhe disse anteriormente você deve ter algo de que ela precise.”
O celular de Estela tocou. Sua cara deixou de ter o tem maternal. Ela parecia apavorada.”
“Senhor acharam a casa onde estavam as telas falsificadas.”
“Ótimo.”
“Um homem estava armado e foi rendido.”
“E já o identificaram?”
“Sim. Este é problema."
"Por que Estela?"
"É o senhor. O homem rendido é o senhor."
(fim da segunda parte).