A
encomenda.
Me
pediram um texto sobre o lendário hotel Maksoud Plaza. O que me fez lembrar de
que eu não sou um jornalista.
Mas
quem se importa. Se os contratantes não se importam, não será você leitor, que
me exigirá credenciais legais, para exercer a profissão de comunicador de
noticias.
Contudo, como este texto, não fornecerá
notícia alguma, tão pouco, trata-se de um texto com a precisão histórica, nem
há pesquisa, e também ao que tudo indica, não há ficção tão pouco. Não tem
nada? Dirá então o leitor. Tem sim. Quer
dizer sempre há ficção. Principalmente na publicidade.
A
publicidade tem mais ficção do que a própria ficção. Já reparou?
Voltemos
para o hotel. O Maksoud Plaza.
Eu
poderia dizer que é um lugar decadente, mas que já representou o que houve de
melhor na sociedade moderna Paulistana.
Ai me sobraria o que? Que o hotel tem um
estilo anos setenta de Nova York?
Falar
sobre o seu dono? Sempre há um dono, um empreendedor notável, que dá alma ao
estabelecimento. Falar sobre os funcionários
antigos e suas vidinhas medíocres? Hospedes notáveis, o famoso: Traçar perfis.
Ah! O Maksoud...
São Paulo
já teve várias épocas a arquiteturas: Os bandeirantes, os quatrocentões, os
imigrantes, migrantes... Que de tão antigos parecem estes sim ficção.
Uns
caçavam índios, eram índios, sei lá eu.
Os
outros sei lá eu por que vieram. Dizem que vieram nas tais caravelas, plantar
café e ter escravos.
Os
outros para serem escravos e depois para substituírem os escravos. Contruir
industrias, comércios e hotéis de luxo.
Mas
ontem fui na Pizzaria Camelo, lá estavam os bandeirantes, os quatrocentões, os
italianos, os Sírios- Libaneses, os Nordestinos, nesta mistura de não sabermos
mais quem é Português e quem não é.
Inclusive comi Strogonoff. A pizzaria ao
contrário não é decadente. Aliás, não é nada. Sem personalidade. Talvez por isso
tantos se identifiquem. Têm tanto nada no mundo. Mas o Stogonoff estava bom e
serviço também. Agora Arquitetura?
Meu
amigo mesmo disse:
“Não
tem nada de extraordinário nesta pizzaria, e, no entanto... Sempre cheia”.
As pessoas
vão lá, comem e se vão. E nada acontece.
Ah mais
o Hotel Maksoud! Este sim. Lá tem tudo. Aconteceu tudo.
Leitor
quer uma dica?
Vá
assistir ao filme o “Grande Hotel Budapeste”.
Está
tudo ali.
Gustave,
o protagonista, como é descrito pelo Lobby Boy do hotel:
“Ele era
de uma época, que quando ele nasceu, esta mesma época, já não existia mais”.
Eu
acho que o Maksoud Plaza tem muito disso. Quando o hotel foi inaugurado ele já
representava uma época que não existia mais.
Feliz
nove de julho, para todos!
I me icomenda
ai uma Pizza, lindinho! Que me vou leva pra casa meu!