quarta-feira, 9 de julho de 2014

A encomenda.

 A encomenda.

 Me pediram um texto sobre o lendário hotel Maksoud Plaza. O que me fez lembrar de que eu não sou um jornalista.
 Mas quem se importa. Se os contratantes não se importam, não será você leitor, que me exigirá credenciais legais, para exercer a profissão de comunicador de noticias.
 Contudo, como este texto, não fornecerá notícia alguma, tão pouco, trata-se de um texto com a precisão histórica, nem há pesquisa, e também ao que tudo indica, não há ficção tão pouco. Não tem nada? Dirá então o leitor. Tem sim.  Quer dizer sempre há ficção. Principalmente na publicidade.
 A publicidade tem mais ficção do que a própria ficção. Já reparou?
 Voltemos para o hotel. O Maksoud Plaza.
 Eu poderia dizer que é um lugar decadente, mas que já representou o que houve de melhor na sociedade moderna Paulistana.
Ai me sobraria o que? Que o hotel tem um estilo anos setenta de Nova York?
 Falar sobre o seu dono? Sempre há um dono, um empreendedor notável, que dá alma ao estabelecimento.  Falar sobre os funcionários antigos e suas vidinhas medíocres? Hospedes notáveis, o famoso: Traçar perfis.
Ah! O Maksoud...
 São Paulo já teve várias épocas a arquiteturas: Os bandeirantes, os quatrocentões, os imigrantes, migrantes... Que de tão antigos parecem estes sim ficção.
 Uns caçavam índios, eram índios, sei lá eu.
 Os outros sei lá eu por que vieram. Dizem que vieram nas tais caravelas, plantar café e ter escravos.
 Os outros para serem escravos e depois para substituírem os escravos. Contruir industrias, comércios e hotéis de luxo.
 Mas ontem fui na Pizzaria Camelo, lá estavam os bandeirantes, os quatrocentões, os italianos, os Sírios- Libaneses, os Nordestinos, nesta mistura de não sabermos mais quem é Português e quem não é.
 Inclusive comi Strogonoff. A pizzaria ao contrário não é decadente. Aliás, não é nada. Sem personalidade. Talvez por isso tantos se identifiquem. Têm tanto nada no mundo. Mas o Stogonoff estava bom e serviço também. Agora Arquitetura?
 Meu amigo mesmo disse:
 “Não tem nada de extraordinário nesta pizzaria, e, no entanto... Sempre cheia”.
 As pessoas vão lá, comem e se vão. E nada acontece.
 Ah mais o Hotel Maksoud! Este sim. Lá tem tudo. Aconteceu tudo.
 Leitor quer uma dica?
 Vá assistir ao filme o “Grande Hotel Budapeste”.
 Está tudo ali.
 Gustave, o protagonista, como é descrito pelo Lobby Boy do hotel:
 “Ele era de uma época, que quando ele nasceu, esta mesma época, já não existia mais”.
 Eu acho que o Maksoud Plaza tem muito disso. Quando o hotel foi inaugurado ele já representava uma época que não existia mais.
 Feliz nove de julho, para todos!

 I me icomenda ai uma Pizza, lindinho! Que me vou leva pra casa meu!