segunda-feira, 13 de agosto de 2012

4 tipos de homens solteiros aos 35 anos.


Os quatro amigos se conheceram na adolescência. No colégio. Aqui vou contar vinte anos da vida deles. Dos 20 aos 40. E praticamente os 4 foram solteiros durante estes 20 anos. Praticamente. (Este QUARTO post fala deles aos 35. O poste anterior era deles aos 30, antes eles aos 25 e o post de antes ainda, deles aos 20. O próximo será aos 40). Boa leitura.



ÁLVARO,



 Álvaro aos 35 está de volta ao Brasil. Não consegue outro trabalho se não reformas. A sua recusa em ir para o mercado imobiliário, projetos comerciais, faz com que ele se junte a uma sócia numa livraria de livros de arte importados.
 Livros de arquitetura, artes, gastronomia, viagens... A loja fica no mesmo bairro que agora vive Marcela, sua antiga paixão. Eles sempre se cruzam na rua. Um dia almoçam juntos. Mas Marcela está namorando. Namoro sério.
 Um dia recebe uma ligação de Ana, amiga da falecida Maria de Lurdes. Ela diz que está vindo conhecer São Paulo. Ana acaba se hospedando na casa de Álvaro. Ela consegue um trabalho de correspondente internacional de um jornal Espanhol.
 Ana passa a arrumar a casa de Álvaro. Cozinhar e colocar tudo no lugar. Ela compra plantas um gatinho e organiza as gavetas, compra uma estante e organiza os livros, muda a luz da casa.
 Dudu e Rodriguinho numa visita de quarta feira para ver o futebol notam a diferença que a Espanhola fazia. Ou tinha feito. Queriam saber o por que depois de quatro meses de covivencia ela Ana continuava só uma hóspede de Álvaro.
 Ele disse aos amigos que ela era amiga de Lurdes e que não era certo serem algo mais do que amigos.
 Ana propõe uma viagem ao Nordeste. Vão para a Praia da Pipa. Lá depois muito vinho, ele acabam abraçados na cama.
 Ao voltarem para São Paulo, Ana muda-se para o quarto de Álvaro. Ele recebe a notícia de que Marcela iria se casar. Ela mesmo dias depois vai até sua livraria levar o convite.
 Ele não aguenta o impacto da notícia. Acordava todas as noites pensando em Marcela. Mal notava Ana ao seu lado. Ficou em depressão, bebia muito. Ana não aguentou, conheceu um músico na Vila Madalena e caiu fora.
 Álvaro, novamente estava solteiro e sua loja ia muito mal. As pessoas passaram a viajar muito e compravam os livros fora do Brasil.
 Foi então que recebeu a proposta de projetar uma livraria. Um projeto ambicioso, que mudaria o conceito das livrarias em São Paulo. Era um editor amigo, que queria se tornar além de editor, um livreiro. Um grande herdeiro que não tinha limites para os gastos. Ele havia visto os projetos de Álvaro quando estudante em Barcelona, e queria alguém assim, que não se vendesse. Um artista de verdade.
 Era a chance da vida de Álvaro. Ele passou a se dedicar 24 horas por dia ao projeto, já que o livreiro tinha comprado a sua livraria de importados.
 Passou o dia casamento de Marcela na prancheta. Não foi na igreja nem na festa.





 RODRIGUINHO:



 Rodriguinho aos 35 estava ficando bem careca. Mas seu corpo ainda era ordem. Definido como um rapaz de 20 anos. Cansara-se de Paulo e conheceu Mauro na academia.
 Mauro foi só uma transa, não tinham nada em comum. Mas ficaram melhores amigos. Mauro conhecia todo o mundo Gay de São Paulo. E passou a levar Rodriguinho a todos os eventos.
 Rodriguinho se jogou de cabeça e cada noite era um cara diferente. Como ele perdera tanto tempo querendo ser outra coisa? É o que ele se perguntava.
 Então Mauro conhece Luiz. Um cara de 50 anos, médico, culto, um doce. Viajam juntos para a casa de praia de Mauro em Paraty. E foi lá logo no começo do namoro de Mauro que ele, Rodriguinho, se apaixonou por Luiz.
 Ele passou a sofrer horrores, porque convivia sempre com o casal, seu melhor amigo e o homem da sua vida.
 O que fazer? Foi quando Paulo se separa de vez de Márcia. E diz que vai assumi-lo. Ele se sente em dívida com Paulo e resolvem fazer uma grande festa de casamento.
 Finalmente o mundo sabia que ele era gay. Os amigos aceitaram melhor do que ele imaginava.
 Mas já no primeiro mês, na primeira briga, ele percebeu que não amava mais Paulo. Quando era escondido era uma delícia, mas agora? Até no clube eles ficavam juntos.
 Separou-se de Paulo. Mas estava feliz. Era um homem independente financeiramente e um cidadão igual a todos os outros.
 Estava otimista um mundo inteiro a sua espera. Deveria haver outros Luizes por aí.





 DUDU,



 Dudu nessas de skate e vídeo game conhece Vanessa. Uma menina que trabalha eventos.  A garota não tinha nada de especial a não ser quinze anos a menos do que ele.
 No começo não percebeu, mas a garota gastava muito. E como ela era jovem, cabia a Dudu proporcionar tudo. Isso fez com que ele gastasse muito do salário dele. As vezes gastava mais do que o salário.
 E então veio a noticia, o demitiram do escritório de advocacia. Claro que para todos ele dizia que havia saído por vontade própria. Até mesmo para a Vanessa ele contava essa história. Mas ser demitido é como perder um parente, deixa qualquer um arrasado.
 A menina não diminui os gastos. Manteve a rotina, como se nada houvesse acontecido. Dudu passou a pedir ajuda aos pais para pagar o colégio de Pedrinho.
 Vanessa desapareceu por vontade dela mesma. Dudu nem se importou, estava tão preocupado com o que iria fazer agora, que mal dava tempo de ir andar de Skate e paquerar garotinhas.
 Novamente ele tornou-se o homem clássico de antes. E de tanto falar que ira abrir um negócio próprio, ele mesmo passou a acreditar nisso.
 Mas abrir o que? Ele não tinha a natureza de um empreendedor. Uma franquia?
 De tanto mandar currículo, veio uma proposta de uma faculdade para ele dar aula. Aceitou claro.
 Ficou maravilhado com a faculdade de direito. Ele nunca ouvira falar na instituição. Era nova, nasceu deste boom econômico dos últimos anos do Brasil. Um dos donos era o seu antigo amigo Carlos.
 Dudu estava solteiro e com 35 anos. Ficou maravilhado com tantas alunas que admiravam tanto o seu professor. Saiu com meia dúzia delas. O que só aumentou o seu carisma e confiança. No final de um ano ele era o novo diretor da jovem faculdade.




CARLOS,



 Apesar de ter sido sempre um empreendedor da iniciativa privada, Carlos aos 35 anos tinha vários negócios com o estado.
 Seus principais clientes eram políticos, muitos deles representantes de eleitores evangélicos.
 Mas Carlos começou a se meter em tudo, não só em propaganda política, mas também livros escolares, universidades, fundações lobby propriamente dito.
 Vendeu todas as suas participações em pequenos comércios como balas, restaurantes e postos de gasolina. Agora investia tudo em imóveis, escolas, universidades e negócios variados com o governo.
 Mas uma investigação da policia federal chegou até ele. Seu império desabou. Seu nome caiu na imprensa e seus clientes do governo se afastaram dele.
 A sociedade naquele tempo pedia fim da imposição. Os políticos se safaram mas para isso colocaram a culpa no corruptor Carlos.
 Gastou uma fortuna com advogados, mas não fim não adiantou, foi condenado a cinco anos de prisão.
 A devassa da polícia constatou que seus bens valiam menos do ele devia de imposto de renda.
 Então aos 35 anos Carlos estava novamente pobre e condenado a prisão.
 Seria agora muito difícil se levantar. E para piorar Carlos não estava com ninguém, suas namoradas interesseiras desapareceram.
 Os amigos também. A faculdade que fora vendida continuou empregando Dudu.
 Aquilo o deixou feliz. Por mais que seus amigos estivessem distante, ele Carlos nunca deixou de gostar deles.
 Carlos era um homem com ambição. Aquela temporada da prisão só iria dar um novo curso a sua vida, mas não tiraria a sua vontade fazer e de crescer.