Hoje
estávamos eu e a Livia (esposa) conversando sobre o que mais gostamos nesta cidade, após
uma semana da nossa chegada.
O
leitor pode discordar, ou até nem reconhecer a cidade, através dos meus
relatos. O caso é que as minhas impressões são bem pessoais e não
necessariamente corresponde a realidade.
Enfim,
adorei o desejo de comer um cheesebuger. Digo o desejo porque depois de ter
comido me arrependi muito. Acreditem ou não o sanduíche era pior do que os do
Brasil e o refrigerante creiam ou não, tem o mesmo gosto. Igualzinho. E eu por
minha vez estou quase me convencendo de que eu não gosto de clássicos. Como
cheeseburger.
E
falando em clássicos. Meus olhos melhoraram muito. Vinte anos atrás eu olhava
as pinturas europeias clássicas e não via muita diferença entre elas. E o
incrível é que me animo hoje em dia, em simplesmente me aproximar da etiqueta e
confirmar que estou certo em relação ao autor.
Estava
eu no museu Metropolitano meio a toa, e tonto com a quantidade de velinhas
simpáticas e obras ocidentais, quando entrei meio que para cortar caminho na
ala da coleção asiática de arte. Japão, Coreia, Índia, sul da Ásia, China...
Me deu
uma paz aqueles Budas. O mundo é realmente vasto, tantas velinhas simpáticas e
cultas nos EUA, tantos Budas calmos por tantos séculos.
A
Livia diz que eu tenho uma obcessão por prédios. Acho que tenho mesmo. O
interessante aqui, é que prédios remetem ao passado.
A
cidade não é jovem como São Paulo. No sentido Social e de tamanho. Na idade são
praticamente da mesma idade. Mas o que ocorre é que os prédios aqui remetem a
primeira metade do século vinte. Os da segunda metade são um grande erro.
É como
se tivessem perdido a fórmula. Na MINHA opinião, tudo de bonito em arquitetura
aqui em Nova York foi feito até os anos quarenta, depois... Bem depois veio a
internet. Mas o metrô é o mesmo. E a ilha continua do mesmo tamanho. Manhattan.
Gostei
de conhecer os alternas do Brooklyn. Aliás gostei de atravessar a ponte. No
fundo os aternas me lembram o oeste. A imensidão aberta da América. Por quê?
Porque
no fundo enxergo os Nova Yorquinos, se é que alguém aqui é de nova York, como
pessoas que se vestem de anos oitenta, vivem em prédios dos anos 40, comem
extremos, que vão de junk foods a alimentos hiper saudáveis e leem livros eletrônicos.
E por
último adorei ir ao teatro.
Meu
irmão diz que meu bisa avô Chacra desceu aqui em Nova York em 1896. E isso é
documentado. O avô do meu pai.
Hoje
meu celular tocou. Um homem se identificou como sendo do acampamento de verão. Queria
falar com o pai do João, meu sobrinho.
Meu
bisa avô se chamava João Chacra também, como meu sobrinho, seu trineto.
Um dia
desses quero ir a ONU. Ainda não entendi se as nações unidas ficam naquele
prédio ou espalhadas nas centenas de línguas faladas pela cidade.
Como
separar o Vaticano da cidade de Roma?
Como
separar Nova York do mundo? Se o mundo é Nova York.
Adorei
descobrir que a Broodway era nada mais, nada menos, que a trilha dos índios
locais. Por isso ela é a única avenida torta.
Por
sorte meu bisa avô não gostou daqui.
Se ele
tivesse gostado, este texto não existiria.