terça-feira, 26 de julho de 2011

23 Capitulo IV


O leitor deve antes ler os capítulos I, II e III antes de prosseguir pelo IV. Grato.

 Pedro entra na sala do Comandante Alfredo e interrompe a narrativa de Mariana:
 “Senhor, o Ministro da defesa quer falar com você!”
 “Passe a ligação.”
 O comandante tentou explicar ao Ministro da defesa sobre a plataforma X. Estava claro que se não achassem uma solução rápida uma explosão da plataforma não só causaria um desastre ambiental sem precedentes como devido à profundidade da plataforma as usinas de Angra se abalariam e com isso soltando radiação para grande parte da região sudeste, incluindo a cidade do Rio a poucos quilômetros.
 Foi quando o Ministro quis saber sobre prováveis suspeitos e disse que todo o corpo de bombeiros, marinha, exército e policia estavam à disposição do comandante Alfredo.
 “Sim estamos investigando e caçando membros de um grupo de terroristas ambientalistas de nome 23. Ministro, eu acho melhor você pedir para tanto o presidente americano, bem como para a nossa presidenta Brasileira, seguirem para Brasília.”
 “Você está louco Alfredo. Eu quero que você encontre estes jogadores já! A marinha e a Petrobrás vão cuidar desta plataforma.”
 “Mas Ministro, eu insisto, não haverá tempo.”
 “Alfredo eu já falei com a assessoria da presidente. Eles querem que você encontre os jogadores antes da mídia saber do desaparecimento. Deixe a plataforma para os especialistas. Não há nada ali que você possa resolver. Já colocamos os melhores da área para resolver este problema." 
 “Sim senhor, entendido.”
 “E mais uma coisa, como um grupo ambientalista pode querer causar um desastre ecológico?”
 Aquilo era verdade, no fundo o Ministro tinha razão. Pedro interrompeu os pensamentos do comandante.
 “Senhor Mark Dahl e Thomas O’ Brien haviam jogado futebol em 2011 no juvenil do São Paulo”. E Camila completou.
 “Os dois são vegetarianos, ou melhor, vegans, que são pessoas que não comem nenhum derivado de animais. Nem leite, nem queijos, nada que tenha proteína animal.” 
  O comandante teve então um palpite. E perguntou pelo ônibus. Ninguém some assim. Desaparece na frente do mundo. A não ser que não houvessem sumido no túnel   
 A equipe no Maracanã, estava vasculhando o lugar atrás de Ricardo Larkin. E ninguém mais sabia do ônibus.
 “Quem liberou o ônibus? Quem revistou o ônibus?”
 Ninguém havia feito isso. Encontraram o ônibus no estacionamento do estádio. Os agentes perceberam que existia uma porta no chão do acento de onde estiveram os jogadores. Mal se podia notar o finíssimo corte. A equipe desvendou então que os próprios jogadores haviam aproveitado a escuridão, aberto a portinha, alçapão, e fugido para o subsolo do ônibus na parte de bagagem e com certeza se mantiveram abaixados até estarem em lugar deserto para sair. Para serem com certeza resgatados. 
 “Vocês estão dizendo que os Americanos fizeram uma espécie de Cavalo de Tróia, para enganarem eles mesmos?. Digo enganarem a própria delegação?" 
 “Exato comandante.”
 Neste instante o Ministro ligou novamente.
 “Alfredo a assessoria da Presidente recebeu um pedido de resgate dos jogadores Americanos. Os criminosos pedem que a Presidenta faça ao vivo na televisão para todo o mundo um discurso prometendo proibir não só a exportação de carne, mas também todo o consumo de carne no Brasil.”
 “Ministro. Temos evidencias de que os dois jogadores Americanos estão participando dessa ação. São cúmplices.”
 Alex correu o mais que pode, ao chegar à cadeira que estava reservada para Ricardo Larkin a encontrou vazia. A arquibancada já estava quase cheia e muitas pessoas vinham e sentar-se e levantavam-se atrás de comidas e bebidas. Outras cantavam. Neste tumulto, Alex notou que um senhor estava ao lado do lugar de Ricardo Larkin.
 “Você conhece o Ricardo Larkin?”
 O homem explicou que ele e Ricardo tinham vindo juntos. E que dois homens se identificaram como agentes do serviço de segurança da Copa. E o levaram. Alex se identificou e disse que ele sim era do serviço de segurança da copa. Agencia central. O homem que se chamava Marcel Oliveira e era também engenheiro, não da Petrobrás, mas civil acreditou em Alex, porque vinte homens o acompanhavam. Com um exército destes só pode ser o verdadeiro e os outros é que eram falsos. Não teve dúvidas em contar tudo.
 “Eles disseram que a plataforma X estava com problemas. O Ricardo não pareceu surpreso. Ele olhava para todos os lados antes mesmo dos homens chegarem.”
 “Marcel você deve me contar tudo. Muitas pessoas estão em perigo, inclusive você e sua família. Terroristas estão agindo e nós temos de impedi-los antes que eles cometam algum grande ato terrorista. Estamos correndo contra o relógio”.
 Marcel contou que o amigo conhecera há umas duas semanas uma mulher muito bonita. E que ele, Marcel, achava estranho.
 “Estranho por quê?” Quis saber o agente Alex.
 “Veja bem, eu e também Ricardo, não somos propriamente ricos e nem um exemplo de beleza e esta mulher além de ter uma aparência de classe média alta, era bem bonita para se interessar pelo meu amigo. Ele deveria ter comunicado a vocês. Mas o ser humano às vezes acredita em conto de fadas. Pobre Ricardo.”
 “Você sabe o nome desta menina?”
 “Sei sim. É Letícia. E um sobre nome árabe, como acho... Haddad.”
 Alex mostrou uma foto da líder do Grupo 23.  
 “É esta?”
 Marcel olhou a foto atentamente.
 “Só se ela estivesse bem mais nova nesta foto. A mulher que eu falo tem uns quarenta anos.” Ele olhou de novo para a foto. “Não definitivamente, não é esta mulher não.”
 Alex estava começando a ficar desanimado. E para o seu maior desespero o telão do estádio informava as ultimas notícias: Dois jogadores Americanos estavam desaparecidos. Agora o mundo todo já sabia.



  

23 Capítulo III


 O leitor deve antes ler os capítulos I e II, postados anteriormente, antes de prosseguir pelo III. Grato.

 A menina quase mulher, abordava os transeuntes na calçada da Avenida Paulista com a Rua Augusta. Ela mais cinco jovens tentavam conseguir assinaturas de doações para a sua ONG, via cartão de crédito.
 Não eram jovens com cara de contratados por empresas para fazer pesquisas sobre comportamento. Eles tinham algo de sofisticado e muitas vezes queriam mais comunicar-se com a rua do que propriamente conseguir fundos.
 Seu nome era Letícia. Parecia claramente ser a líder do grupo. De estatura média para alta, cabelos longos e echarpe no pescoço. Foi ela quem abordou Felipe naquele fim de tarde. Ele vinha passando olhando para ela. Claro que quase todos os homens vinham passando olhando para ela.
 “Oi tem um minuto.”
 Ele tentou fingir-se na dúvida. Na verdade ele não tinha só um minuto, e sim a vida toda. Mas fingiu tão bem que Letícia se esforçou no charme.
 “Você conhece o grupo 23?”
 Ele respondeu que não. Então ela explicou que eles ali eram um grupo que salvaria o planeta da cobiça e da ganância das grandes corporações capitalistas. Ou que pelo menos estava combatendo a idéia unilateral da exploração egoísta dos recursos da mãe Terra.
 “Você quer ajudar?”
 “Claro que eu quero!”
 Foram então para o segundo passo, preencher uma ficha com nome, endereço, e-mail, mas foi quando Letícia perguntou a ocupação, que ela teve uma surpresa e começou a se interessar realmente por aquele rapaz.
 “Biólogo.”
 “Jura?”
 “Juro! Mas eu trabalho com paisagismo.”
 “Aqui na Avenida Paulista?”
 “Às vezes”. Ele riu. Depois emendou. “Eu estou indo ao teatro.”
 Bem a conversa ia terminando, e Felipe arriscou.
 “Será que você não podia me dar um contato para eu saber mais sobre o grupo 23?”
 Até ali Felipe talvez estivesse sendo honesto, ele queria realmente saber mais, alias, saber tudo sobre o Grupo 23. O que ele não foi sincero é quando disse que não conhecia o Grupo. Há dois meses ele vinha estudando tudo o se sabia sobre o tal Grupo 23.
 “Você tem todas as informações no panfleto Rodrigo e também no certificado que eu te dei. Veja depois o nosso site."  Felipe agora era Rodrigo. E sim Felipe tinha ganhado não só um certificado de doador como uma meia dúzia de papéis informativos. Papéis recicláveis claro.
 “Mas eu vou te escrever o meu o contato, se você quiser participar mais. Seria ótimo um biólogo.” Ela escreveu então o número do celular. Depois pediu o dele. Nisso apareceu Lucas.
 “Este é o Lucas.” Os dois se cumprimentaram. Lucas usava roupas apertadas, tinha um corpo maravilhoso e um aspecto muito jovem. Teria no máximo uns 22 anos. Ele sorriu para Felipe.
 “Rodrigo é biólogo. E quer participar mais.”
 “Ótimo, bem vindo Felipe.”
 Era difícil saber qual a relação de Letícia e Lucas. Namorados? Amigos? Amantes? 
 Ele então se afastou, andou mais uns quatro quarteirões. Olhou em volta. Com a certeza de não ter sido seguido, pegou o celular e ligou.
 “Mari! Primeiro contato feito. Um sucesso.”
 “Eu já disse pra não usar uma linha aberta. Felipe, eles parecem inofensivos, mas não são.”
 “Desculpe.”
 “ Venha pra cá e depois falaremos mais.” 
 "A caminho." 
 "E Felipe?"
 "Sim."
 "Estou feliz." 
 Mariana tinha razão. Era a primeira missão do agente Felipe como infiltrado. Não era propriamente no crime organizado tradicional. A principio nada demonstrava perigo de violência. Mas o grupo ou clube 23 era extremamente organizado e competente. Felipe havia sim sido seguido. É difícil acreditar em teorias da conspiração. Mas aqueles jovens sabiam o que estavam fazendo. Eles não formavam uma organização secreta. Por isso eram ainda mais perigosos. Pois praticavam ações criminosas dentro de uma ONG. Ou ainda se disfarçavam de ONG para cometer ações criminosas. Eram lobos na pele de cordeiros. Prato cheio para a policia federal. 
 E isto Mariana gostaria que Felipe não se esquecesse. Eles eram a policia e Letícia, Lucas e quem mais fizessem parte do Clube 23 eram os bandidos.
 Mas eles pareciam tão doces, tão meigos. Só o tempo diria se a primeira abordagem havia sido realmente um sucesso ou não. Mas ele estava confiante. Agora era esperar.
 Uma coisa ele Felipe estava contente, teria de seduzir dois jovens muito atraentes. Melhor impossível. Entrou no metrô. Tão entusiasmado que nem se deu conta de um jovem de uns 28 anos que o seguia.