Quando estamos apaixonados parece que as outras mulheres percebem. A garçonete me olha a cada dez segundos. Peço uma ajuda:
“Pra beber. O que você sugere?”
“Olha, nesse frio, eu to quase sentando com você e tomando um vinho.” Ela me diz sorrindo. Deve ter uns vinte anos.
De repente uma outra mulher senta-se na mesa e para surpresa dos meus amigos me pergunta se eu sou Libanês. Diz que é por conta dos meus traços. Deixa-me um cartão e pede para eu ligar.
De repente uma outra mulher senta-se na mesa e para surpresa dos meus amigos me pergunta se eu sou Libanês. Diz que é por conta dos meus traços. Deixa-me um cartão e pede para eu ligar.
O gordinho com uma mochila nas costas atravessa a Avenida Paulista correndo. Os carros quase o pegam. Sua barriga vai à frente.
À noite vou ao concurso de Miss Universo.
Ela é mais linda do que qualquer miss.
“Quando eu te vejo de novo?”
“Nunca mais.”
Ela me diz assim. Depois de passarmos a noite juntos.
“Você é doida.”
“Não Leo. Você é que é doido por mim.”
“Sabia que eu nunca abri a porta do carro para mulher nenhuma?”
“Todos os homens sempre abrem à porta do carro pra mim!”
Quando estamos apaixonados os mesmos lugares tão cotidianos se tornam tão interessantes.
“Nossa como você está gatinho! Adoro o seu cheiro!”
“Você também está... Bem bonita.”
“To indo viajar.”
“Pra onde?”
“Outro País.”
“E volta quando?”
“Não sei. Mas você ainda tem algumas horas.”
Quando estamos apaixonados nós vemos uma beleza até no gordinho que atravessa a Avenida Paulista. Adoramos o filme comercial. Amamos o prato feito, com arroz feijão. Eu pelo menos me sinto mais homem. Vou beber com meus amigos. Fico até com vontade de ter um time de futebol.
O mundo começa a fazer todo sentindo. A profissão dos meus amigos deixa de ser um assunto monótono.
As amigas dizem para eu usar camisinha.
“Mas se eu usar camisinha como eu vou ser pai?”
E ela vai cantando um samba.
E eu descubro que gosto muito de mulher. Ainda mais esta, que é complicada e perfeitinha.