terça-feira, 21 de outubro de 2014

Fury, mais que linda.


Era um dormitorio de estudantes, la pelo meio dos anos 90. Em Boston. Cada andar tinha um hall, com um sofa e um orelhao.
 Sai do quarto, para ir sei la onde, e ao cruzar o hall, a vi pela primeira vez. Ela tentava fazer uma ligacao para sua terra. A Alemanha. Estava de costas, eu falei qualquer coisa, sobre como usar aquele orelhao melodramatico.
 Ela se virou com uma cara sem expressao. E disse um obrigado.
 Eu quase nao acreditei. Tereza, ou Terreze, como ela dizia, era a mulher mais linda que eu ja vira na minha vida. Juro!
 Acho que comecei a interagir com outros estudantes que estavam por ali. Ela continua a tentar ligar, e ao mesmo tempo me olhava, vez ou outra.
 No dia seguinte nos encontramos na escola de Ingles. Depois nos cruzamos de novo no dormitorio. E ela me olhava.
 No terceiro dia, me chamou para almoçar. Fomos para uma praça. Nao lembro como aconteceu. Eu falava de um tenis que eu tinha comprado, e ela mordia uma maçã.
 Acho que ela usava uma camiseta polo branca justa. Seus peitos enormes e lindos. Me falou que mergulhava todos os anos no Caribe com a familia. E que era de Heidelberg.
 Eu disse que conhecia Heidelberg. O Castelo de Heidelberg. Que sorte eu tive, de ter um pai, que me levou ainda muito jovem, para lugares tao inusitados.
 Ela sorriu. Tereza parecia ser bem inteligente. E eu ficava bem avontade com ela. Parecia pouco se importar com o fato de eu ser um barbaro, da America do Sul. Ao contrario acho que ate gostava da ideia.
 A noite rolou um beijo. Como dividiamos os quartos com outras pessoas, fomos para o banheiro. Foi la que ela me mostrou os peitos pela primeira vez.
 Como eu posso descrever. Era como se eu estivesse vendo uma obra prima viva. Ela me pegou pela mao, e fomos para o parque. Na beira do rio.
 Eu como todo Brasileiro de cidade grande, achava a todo momento, que seriamos atacados, assaltados, mortos, mas depois de perceber que nada aconteceria, relaxei.
 Lembrei disso tudo hoje, porque vi um filme chamado Fury.
 Eh sobre o final da segunda guerra, em 1945, travado ja em terra Alema. Com uma populacao civil morrendo de fome, eh o primeiro filme americano que ja assisti que descreve os Norte-Americanos, como sendo as vezes menos bons, do que os Alemaes. Ou ainda tao malvados quanto.
 O filme insunua que as tropas Norte-Americanas, abusavam, estupravam as meninas alemas. E mostra como os Americanos as vezes matavam os Alemaes a sangue frio, mesmo depois deles, Alemaes, terem se rendido.
 A menina do filme me lembrou Tereza. O soldadinho americano, jovem, cristao e sensivel, me foi uma indentificaçao natural, comigo mesmo.
 Um romance rapido, imprevisivel, e nunca mais soubemos um do outro.
 A diferença, eh que Tereza, ao contrario da menina de 1945, em 1995, era rica, cosmopolita e falava muito bem  Ingles. Com aquele sotaque lindo, que so as Alemanzinhas tem.
  Va assistir Fury. E se voce nao gosta de menias Alemas. Tem toda uma sequencia, do Brad Pitt, que claro nao eh o menino, eh outro personagem, sem camisa e fazendo a barba.

 Fica a dica.  

sábado, 18 de outubro de 2014

Joana.


 Era um fim de semana na praia. Ceu azul, mais fazia frio. O mar estava de resseca. Nao so ele. Eramos dois casais.
 Eu, minha namorada Flavia, sua amiga Joana e Pedro, namorado de Joana. Como voce pode concluir pelo titulo, leitor, trata-se de um caso que eu tive com Joana.
 Haviamos saido na noite anterior e bebido muito. Por isso nem Flavia, nem tao pouco Pedro, se animaram a andar na praia.
 Depois do cafe, fiquei ali no jardim olhando para praia. Quando virei para tras, vi Joana se aproximar de shorts, camiseta e oculos escuros.
 “Vamos andar?” Ela convidou.
 Nao vi necessedade de pedir permissao para Flavia. Fomos.
 Tanto Joana, quanto Flavia eram mulheres interessantes. E lindas tambem.
 Mas que tipo de assunto se pode ter com uma mulher, sensual, interessante, num dia lindo? Digo uma mulher que a principio nao se sabe qual eh a relacao dela com voce. Ou se existe alguma relacao.
 Foi o que as pessoas chamam de dia perfeito. Sol, praia, seducao.
 Como descobrir o que aquela mulher achava ao meu respeito?
 Imagine o quanto ela devia saber ao meu respeito? Como eu era na cama, o tamanho do meu pinto, se eu era carinhoso, se eu era violento, se eu gostava de fio terra, se eu roncava, se eu cheirava mal de manha, a noite, que posicoes eu gostava... Meu Deus!
 Flavia sempre disse que era muito discreta. Mas mulheres sao super abertas com as melhores amigas. Algumas aumentam as qualidades do namorado, para se fazerem de bacanas. Outra aumentam os defeitos, para nenhuma tentar rouba-lo.
 Sera que Flavia disse que eu ganho menos do que eu ganho no trabalho, para Joana?
 Sobre o meu chefe que me mal trata? Do dinheiro que a minha mae me emprestou? Nossa que vergonha! Ela deve saber de todas as minhas cacadas. Deve me achar um idiota. Que misterio pode ter sobrado.
 E ao mesmo tempo eu nao sabia aparentemente nada a respeito dela. Sabia que ela tinha ido viajar, e voltara antes e pegara uma Portuguesa dentro da casa dela com Pedro. Sim os dois moravam juntos.
 Pedro pedira mil desculpas. Disse que se arrependera e tal. Motivo pelo qual ele nem pode questionar, se a namorada anda comigo ou nao, na praia. Estava em fase de so concordar com ela. Coitado.
 Mas sera que esta era mesmo a historia. E como eu poderia saber, se Flavia me contara tambem em segredo.
 Paramos para nadar. Ela tirou a camiseta e o shorts e eu me surprendi. Sim, porque o corpo de Joana era muito mais lindo do que eu imaginava. Entramos na agua juntos.
 Ou seja, estavamos ficando intimos. Acho.
 A melhor amiga da namorada...
 Existem infinitas mulheres no mundo com as quais voce pode trair a sua namorada. Sem que ela nunca fique sabendo.
 Se bem que Pedro partiu deste principio, arrumou uma Portuguesa e foi pego.
 Ali dentro da agua, senti que Joana desejava alguma coisa comigo. Mas o que seria? Me seduzir por seduzir?
 Nao sei o que me deu, mas fui chegando perto, as ondas batendo, e dei um beijo em Joana. Ela correspondeu.
 Agora eramos o casal mais escroto do mundo. Eu estava traindo minha namorada com a melhor amiga dela.
 Como era inverno a praia estava quase que deserta, por isso transamos ali mesmo na agua. Paravamos quando uma serie de ondas vinha, e depois recomecavamos.
 Foi muito bom.
 O resto do fim de semana voce pode imaginar leitor. Fomos a um restaurante, ficamos os quatro na mesa. Joana beijava Pedro na minha frente, eu abracava Flavia.
 Viemos os quatro no carro na estrada, Flavia dirigindo, ate Sao Paulo.
 A Flavia e eu ainda namoramos mais quatro anos. Pouquissimas vezes eu fui infiel. Diria que ao todo, umas tres vezes.
 Depois daquele fim de semana eu nunca mais falei com Joana. Nos encontramos ocasionalmente, mas o fato eh que ela Flavia foram se afastando. Coisas da vida. A verdade eh que elas eram amigas de infancia. Mas com o tempo foram mudando os interesses.
 Como agora eu estava oficialmente solteiro, acabei combinando um jantar com Joana.
 No jantar conversava-mos de tudo. Ate sobre a Portuguesa. Sim a historia era verdadeira. Ela ja nao via o Pedro desde aquela epoca da praia, anos atras.
 Namorara mais dois caras, romances rapidos.
 Joana falava muito no jantar. Nao tinha muito misterio nas coisas que ela dizia. A achei tao diferente, daquele dia perfeito na praia.
 Suas roupas eram meio fora de moda. Sem estilo. Nossa conversa nao fluia, ela fazia piadas nas quais so ela ria.
 Depois do jantar fomos para minha casa. Foi um sexo ruim. Ela resolveu ficar.
 Na manha seguinte fazia um lindo dia de inverno. E adorei quando ela foi realmente embora.
 Nunca mais liguei para Joana.
 Mas sempre vou lembrar aquela andanda na praia. Anos atras.
 O oculos escuro, ela, Joana, tao serelepe, um dia tao azul, com mar verde. A pele dourada. A melhor amiga da minha namorada...

 E tem gente que acha que os detalhes nao importam. 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Um Texano em Nova York.

A confusao toda comecou quando o Texano chegou. Antes eram so dois casais burgueses. Jovens, recem casados, comecando uma vida juntos. Os Walshs que moravam no Brooklyn, e os Barrys que moravam na ilha de Manhanttan.
 Os maridos conheceram-se na faculdade. Adam Walsh era de Boston, de Brookline. Peter Barry do Colorado, interior do Colorado. Fizeram financas, economia, Peter Barry agora era executivo em um grande banco. Ganhava bem mais do que seu amigo Adam Walsh. Mas como Adam era de uma familia rica, e tinha casado tambem com uma rica menina, Julia, eles viviam confortavelmente num apartamento descolado no Brooklyn. Davam jantares, geralmente as sextas feiras.
 A verdade eh que o Brooklyn eh praticamente uma outra cidade, muito diferente da ilha de Manhanttan. Eh como se os dois lugares se completassem. Enquanto Manhanttan, tudo eh frenetico, as limosines a enorme concentracao de gente, os predios reconhecidos no mundo todo. O Brooklyn... Ora o brooklyn eh o Brooklyn.
 Digamos assim, no Brooklyn sempre parece que eh fim de semana, mesmo nos fins de semana. Em Manhattan, sempre parece que eh dia de semana, mesmo nos dias de semana.
 Suzan Barry, era de Nova Jersey. De uma familia bem dura. Era secretaria no banco em que Peter trabalhava. Acabou tornando-se a senhora Barry, e deixou de trabalhar, para cuidar do lar. Seu sonho era ter uma casa de praia.
 As amigas da escola haviam se casado com mecanicos, marceneiros, todas ex combatentes no Iraque. Uma delas ate se casou com um dentista. Mas era aquela vidinha breguinha em Nova Jersey, que fez com que Susan se distancia-se delas.
 Nao entendia porque seu marido insistia em visitar a turma do Brooklyn. Para ela os Walshs eram pessoas imaturas, que nao dariam em nada. Votavam no partido Democrata, tinham amigos estrangeiros aos montes, e ela Susan tinha um trabalhao pra entender o que aqueles estrangeiros falavam.
 Pra que conviver com aqueles moderninhos? Ela se perguntava. Gays, pessoas, que ela nao entendiam com que exatamente trabalhavam, ate atores de teatro frequentavam os Walshs. Daqueles teatros pequenos e sujos, sabem? Os dito off off Broadway.
 Mas num destes jantares surgiu um Texano. Nao um Texano tipico de chapeu e botas. John Fernandez era mais que isso. Era um pintor. Nascido e criado em Houston, estava expondo agora  numa galeria em Nova York.
 Julia metida nas artes o conhecera pois tinham uma amiga, artista, em comum. Julia tambem achou John encantador. Na verdade foi John quem se aproximou mais de Julia. Ele elogiava todos os artistas que ela, Julia, gostava.
 O que Julia achou suspeito, porque ela nem gostava tanto assim de alguns deles, mas como eram os que estavam na moda, e Julia gostava de estar por dentro, ela os tinha como os preferidos.
 Suzan tremeu quando ouviu aquele vozerao. Foi paixao a primeira vista. Teve certeza que ela cometeria adulterio. Ela teria um caso com aquele Texano.
 Julia estava sorridente. Com um vestido de uma estampa muito bonita, que deixava suas formas bem evidentes.
 Os tres ficaram conversando por um bom tempo, enquanto os outros convidados estavam na outra sala.
 Sera que Julia havia percebido? Suzan olhava mais para Julia, que continuava sorrindo do que para John. Era uma forma de disfarcar. Falava olhando para Julia, mas passava os olhos pelo Texano.
 John percebeu. E como ambos tinham muito tempo livre a tarde, a coisa toda nao demorou para acontecer. Questao de dias. Mensagem aqui, telefonema, cafe.Um amigo meu faz um show na segunda, nao posso, mas amanha terca, podemos almocar. Perfeito... E cama.
 Suzan e John repetiram mais duas vezes, a tarde de amor. Ela ficou encantada por aquele atelier. O cheiro de tinta, os quadros, as cores. John morava e pintava no mesmo lugar.
 Ela inventava desculpas para Peter. Dizia que iria visitar as amigas em Jersey, mas acabava tomando o metro para Brooklyn e la, ela e John se amavam loucamente.
 Suzan ja nao podia suportar a vida sem aquele Texano, macho, com vozeirao. O jeito que ele a pegava, que a tratava. Ficava toda arrepiada, e ainda tremia, mesmo horas depois do sexo.
 Mas chegou um dia em que John, disse que nao podia mais ve-la.
 Ela em principio achou que ele queria que ela tomasse uma atitude. Entao ela criou coragem e foi ate a casa dele.
 Iria lhe dizer que estava disposta a abandonar Peter. Que o dinheiro de Peter ja nao mais interessava. Se sentia mal em fazer isso, porque afinal Peter era um bom homem.
 Iria arrumar um emprego e ela e John seriam bem felizes. Mas ao chegar na casa de John, ela deu de cara com Julia saindo.
 Aquilo foi mal estar geral, pois nenhuma das duas sabia da outra. E o fato era que o Texano era amante das duas.
 Os tres conversaram. Acabaram tomando umas cervejas no atelier e riram um bocado. Suzan saiu da casa de John feliz.
 Mas no caminho de volta para Manhanttan bateu um mal estar. Ela se deu conta que amava John. E que tudo tinha ficado mal explicado. Ele provavelmente estava se aproveitando dela.
 Ele devia com certeza gostar mais de Julia, pois tinham coisas em comum. Ambos gostavam de arte, eram descolados. E no fundo ela apesar de ter corpao, era uma caretinha. Ela sabia disso.
 Por outro lado, sabia que ela era muito mais gostosa que a magrela da Julia Walsh. Se bem que a Julia tinha um peitos enormes.
 Comecou entao a pensar nos peitos enormes da Julia Walsh.
 Dois dias depois sem saber direito convidou Julia para almocar.
 Na verdade para um brunch, onde as duas beberam muito. Sem saber como e nem porque encostou o braco no braco de Julia.
 Julia ficou arrepiada, e achou aquilo tudo gostoso. Beijaram-se.
 A noite ela nem ouvia direito o que Peter falava sobre reunioes no Banco. Sobre os colegas, e negocios.
 Ela agora mesmo transando com Peter, pensava em Julia. Nos peitos de Julia. Se deu conta que nunca havia visto os peitos de Julia. Mandou uma mensagem para Julia. Se Julia podia mandar uma foto dos seus peitos pra ela?
 Entao Julia mandou nao uma mais varias fotos. E nao so dos peitos.
 Sua terapeuta disse que ela estava apaixonada por Julia. Mas aquilo nao fazia sentido.
 Ela sempre gostara de homens. Quer dizer. Ja tinha ficado com algumas amigas. Mas so beijos. Quer dizer, com Alex nao foram so beijos. Mas ja fazia tanto tempo.
 Julia era sofisticada, magra, tinha varias amigas e amigos. Era uma pessoa querida por todos.
 Ela perguntou o que ela deveria fazer para sua terapeuta.
 Estou apaixonada pela mulher do melhor amigo do meu mardo.
 Julia deixou de responder as mensagens de Suzan.
 Tempos depois soube a noticia.
 Nao haveriam mais jantares no Walsh.
 Peter disse que Suzan estava se separando de Adam, para ir morar Houston.
 Com um pintor Texano. Peter nao lembrava de nenhum pintor Texano.
 Suzan disse que tambem nao se lembrava. Depois deu um beijo em seu marido. E disse par ele nao ligar. Coisas de artista, de gente astranha. Agora Adam ficaria bem melhor.
 Nao sei porque mas eu achava que voce gostava da Julia.  Disse Peter.
 Artistas gentinha mais promiscua.
 Verdade.
 Boa noite.
 Boa noite.
 E cada um virou para um lado.