Para muitos e inclusive no dicionário, hippie é por definição: jovens que, pelo seu modo de vida boemia, o seu modo de vestir não-conformista, a sua longa cabeleira e o uso freqüente que fazem da droga, se opõem aos valores da sociedade.
Já eu considero um hippie ou hippies como sendo minha tribo, minha turma. São pessoas nas quais me sinto totalmente à vontade.
O leitor que me conhece dirá que eu não tenho essas características citadas acima. Não as tenho? Vamos lá.
Quais as palavras que surgem, a partir de uma livre associação com hippie? O leitor disse teatro? Pois eu estou envolvido com esse troço de teatro desde adolescente.
O leitor disse astrologia? Quando tinha dez anos dividia minha leitura entre Linda Goldman e Conan Doyle.
Vegetarianismo? Veganismo? Pois eu tento ser vegetariano desde que me conheço por gente. Canabis? Ok não fumo, mas a vida toda eu me envolvi com adeptas. E aqui não quero convencer o leitor de nada.
Os verdadeiros hippies não almejam um partido político. E lamentavelmente a vida os faz às vezes ter uma aparência mais de acordo com o sistema. Agora quando vemos alguém na chuva, não importa a roupa, e essa pessoa está sorrindo. Pode ter certeza é um dos nossos.
Quando alguém tem um brilho nos olhos e te faz uma gentileza, de novo é um dos nossos. Quando você ouve alguém dizer, no meio de uma roda onde dois seres humanos se estapeiam: “Não briguem”. É um hippie.
Se você assim como eu às vezes gosta de ficar descalço, às vezes sem tomar banho, às vezes tomar banho de banheira, nadar a noite, ver a lua e o raio verde do por do sol. Cara você é um hippie. Você faz parte de uma tribo internacional. Pessoas que equilibram o oriente com o ocidente.
Agora se você não é um de nós leitor, tudo bem nós te amamos mesmo assim, porque no fundo lá no fundo mesmo todo ser humano é um pouquinho hippie.
E o verdadeiro hippie só quer que você leitor encontre a sua luz, seu caminho.
Hoje em dia até os yuppies, gostam de estradas de terra, claro que é para andar de Land-rover. Eles gostam de mesas de madeira, Fernando de Noronha, surf.
Certa vez quando eu tinha um grupo de teatro, desses bem hippies, duas atrizes do grupo me convidaram pra ver o espetáculo delas. Era no salão de festas de uma igreja católica onde às vezes ensaiávamos.
Elas colocaram uma cadeira no meio do salão. O espetáculo deveria começar às nove da noite. Nove e cinco como não havia mais ninguém, elas resolveram se apresentar só pra mim. O espetáculo, ou peça de teatro, como o leitor deve estar mais familiarizado, era feito em volta de mim (espectador único).
O que é que tem a ver esse espetáculo com a crônica sobre hippies? Sei lá bicho! Olha ali aquele pássaro! Nas árvores! Voa Condor que a gente voa atrás... Voltando. O que é que a gente tava falando mesmo, bicho?
Gratidão irmão, gratidão irmã. Paz e amor
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