quinta-feira, 4 de agosto de 2011

23 Capítulo VIII


O leitor deve ler os capítulos I, II, III, IV, V, VI e VII, postados anteriormente, antes de prosseguir pelo VIII. Grato.
  
 João Synge era um homem nos seus setenta anos. Mas ainda era forte e enérgico. Quando percebeu que os agentes já não mais se ocupavam de Marcel, ele se aproximou do engenheiro que o prontamente o seguiu.
 Há cinco anos João era o presidente da Petrobrás. A plataforma X fora um projeto dele que começara já com o presidente da republica anterior. 
 Era uma tecnologia de extração de óleo no pré-sal que nunca fora concebida antes na história. Por isso a espionagem não era só entre países, mas também industrial. E enorme.
 Os dispositivos de segurança eram grandes. Ricardo Larkin era anunciado como o grande engenheiro e criador da plataforma X. Porém a verdade é que Marcel era o responsável. Marcel era o verdadeiro nome que era mantido em sigilo. Claro que Ricardo tinha uma posição de destaque, era braço direito de Marcel.
Ricardo expôs os códigos secretos para Mariana. Não que ele tivesse percebido quando ela se apoderou do seu computador em uma das noites de luxúria em seu apartamento. O que Mariana não sabia é que aqueles códigos de segurança poderiam ser facilmente quebrados por outras senhas que na verdade Ricardo Larkin não conhecia.
 Por isso o único homem capaz de deter esta tragédia nuclear e de vazamento de óleo era Marcel.
 João o levou para um dos portões do estádio. Depois seguiram a pé entre a multidão em direção a um pequeno carro, onde um motorista a paisana os aguardava.
 Camila pode ouvir pelo rádio que ela fora responsabilizada, pela agora morte do comandante Alfredo Ferraz. A mensagem dizia para todas as unidades atirarem pra matar. Ao mesmo tempo ela telefonava para casa, enquanto acelerava o carro e passava os sinais vermelhos:
 “Alo Gordo! Segura a picanha que eu hoje vou demorar mais do que eu imaginei. Fala para as crianças dormirem e não me esperarem. E outra coisa... Gordo eu não sei quando foi à última vez que eu te disse, mas... Eu te amo!”
 Gordo desligou o telefone. Sabia que aquilo não podia ser coisa boa. Ele já estava ligado na televisão e sabia do desaparecimento dos jogadores doa seleção americana. Aliás, o assunto era acompanhado por todo o mundo. E se o planeta já para quando na final de uma Copa, imagine quando a final é da maior potencia com a maior nação futebolística. E quando dois jogadores misteriosamente evaporaram. 
 A audiência mundial subiu cinqüenta por cento. Os presidentes e assessores pareciam se estranhar no estádio. Esta pressão fez com que a presidente desse a ordem para dois caças bombardearem a plataforma X.
 Felipe mandou que Torres descesse no gramado do Maracanã. Os agentes informaram Mariana que já estava no estádio que o helicóptero se aproximava.
 “Mandem os atiradores para o gramado, se eles tentarem descer atirem no helicóptero!”
 Cerca de quarenta agentes e policiais foram para o gramado. Era como um show para a já grande platéia que estava presente no Maracanã.
 Longe dali no estacionamento, João reconheceu o carro, mas quando chegou bem perto viu que não era o conhecido motorista e sim um desconhecido no banco do motorista. Não teve dúvida tirou sua arma, mas foi alvejado antes que pudesse atirar. Pedro e dez homens os tinham surpreendido. Preparavam-se para agarrar Marcel, quando ouviram um carro arrebentar a entrada de veículos e vir atirando.
 Camila deu um cavalo de pau e quase tocou Marcel com o carro, sempre atirando. Abriu a porta e ordenou:
 “Entre! Eu sou a verdadeira polícia!”
 Ele ao ouvir os tiros vindo de um lado, e aquela baixinha louca, mas mulher do outro, só teve tempo de pular para dentro. Camila acelerou para cima dos agentes e fugiu do estacionamento. Seguiram pelo bairro da Tijuca e poucos minutos deixavam o Maracanã para trás.
 “Ele fugiu, o tal engenheiro Marcel. A Camila o resgatou.” Informou Pedro para Mariana.
 “Não se preocupe acabei de falar com o Venezuelano e vão colocá-lo no caça. A presidente deu a ordem”. Respondeu Mariana.
 “Então qual é o próximo passo?”
 “Solte os americanos e fuja do estádio o mais rápido possível!”
 Quando o piloto do helicóptero viu que os homens atiravam lá de baixo, levantou. Já em boa altura um outro helicóptero surgiu e junto com ele, tiros. Felipe começou a atirar de volta respondendo aos disparos. Pediu para Letícia e Lucas atirarem.
 Os dois jovens claro se negaram. Então não teve jeito passou a arma para Torres que assustado com tanto fogo amigo passou a atirar também contra a outra aeronave. Uma perseguição começou no céu. 
 Felipe pode ouvir o celular tocar.
 “Rulfo é Camila, a encomenda está comigo. Onde está você?”
 “Olhe para cima.” Ele brincou.
 Do Maracanã o piloto tentou fugir para a zona sul. O helicóptero recebeu vários tiros e começou a perder altitude já perto de Copacabana.
 “Alguém quer pegar uma praia?” Perguntou piloto, numa tentativa de acalmar o desespero. 
 Felipe avisou Camila para ela ir para Copacabana com a, encomenda, que era o engenheiro Marcel.
 Rulfo teve receio de estar sendo ouvido, mas que outro jeito ele teria. Mariana queria agora pegar Marcel de qualquer maneira. Era o que ele achava. Eles não sabiam que o plano dela estava indo totalmente de acordo e Marcel estar livre ou não tanto fazia.  
 Camila já na Avenida Atlântica com duas viaturas a perseguindo, viu o helicóptero aterrissar na praia.
 A Presidente do Brasil reunida com o ministro de defesa deu a ultima palavra. Desta maneira o óleo iria vazar, mas a usina de Angra estaria salva.
 “Ministro os faça decolarem, mas só eu darei a ordem de fogo. Antes eu quero a plataforma evacuada e a cidade de Angra dos Reis também. Não quero um civil morto ou ferido”.
 Na base da aeronáutica, um dos pilotos já estava morto pelos agentes criminosos a serviço de Mariana. Juares um piloto das forças Venezuelanas pegou o seu lugar e roupas. Já com capacete, ele entrou num caça Brasileiro e decolou antes do outro piloto. Desta vez Rubens Figueiredo, um legítimo e honesto piloto militar Brasileiro.  
 Juares tinha ordens claras. Seu alvo não era a plataforma X e sim outro lugar. Outro lugar com milhares de civis. O estádio do Maracanã. 
  


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