quarta-feira, 3 de abril de 2013

Diário de Nova York-1.


 Hoje estávamos eu e a Livia (esposa) conversando sobre o que mais gostamos nesta cidade, após uma semana da nossa chegada.
 O leitor pode discordar, ou até nem reconhecer a cidade, através dos meus relatos. O caso é que as minhas impressões são bem pessoais e não necessariamente corresponde a realidade.
 Enfim, adorei o desejo de comer um cheesebuger. Digo o desejo porque depois de ter comido me arrependi muito. Acreditem ou não o sanduíche era pior do que os do Brasil e o refrigerante creiam ou não, tem o mesmo gosto. Igualzinho. E eu por minha vez estou quase me convencendo de que eu não gosto de clássicos. Como cheeseburger.
 E falando em clássicos. Meus olhos melhoraram muito. Vinte anos atrás eu olhava as pinturas europeias clássicas e não via muita diferença entre elas. E o incrível é que me animo hoje em dia, em simplesmente me aproximar da etiqueta e confirmar que estou certo em relação ao autor.
 Estava eu no museu Metropolitano meio a toa, e tonto com a quantidade de velinhas simpáticas e obras ocidentais, quando entrei meio que para cortar caminho na ala da coleção asiática de arte. Japão, Coreia, Índia, sul da Ásia, China...
 Me deu uma paz aqueles Budas. O mundo é realmente vasto, tantas velinhas simpáticas e cultas nos EUA, tantos Budas calmos por tantos séculos.
 A Livia diz que eu tenho uma obcessão por prédios. Acho que tenho mesmo. O interessante aqui, é que prédios remetem ao passado.
 A cidade não é jovem como São Paulo. No sentido Social e de tamanho. Na idade são praticamente da mesma idade. Mas o que ocorre é que os prédios aqui remetem a primeira metade do século vinte. Os da segunda metade são um grande erro.
 É como se tivessem perdido a fórmula. Na MINHA opinião, tudo de bonito em arquitetura aqui em Nova York foi feito até os anos quarenta, depois... Bem depois veio a internet. Mas o metrô é o mesmo. E a ilha continua do mesmo tamanho. Manhattan.
 Gostei de conhecer os alternas do Brooklyn. Aliás gostei de atravessar a ponte. No fundo os aternas me lembram o oeste. A imensidão aberta da América. Por quê?
 Porque no fundo enxergo os Nova Yorquinos, se é que alguém aqui é de nova York, como pessoas que se vestem de anos oitenta, vivem em prédios dos anos 40, comem extremos, que vão de junk foods a alimentos hiper saudáveis e leem livros eletrônicos.
 E por último adorei ir ao teatro.
 Meu irmão diz que meu bisa avô Chacra desceu aqui em Nova York em 1896. E isso é documentado. O avô do meu pai.
 Hoje meu celular tocou. Um homem se identificou como sendo do acampamento de verão. Queria falar com o pai do João, meu sobrinho.
 Meu bisa avô se chamava João Chacra também, como meu sobrinho, seu trineto.
 Um dia desses quero ir a ONU. Ainda não entendi se as nações unidas ficam naquele prédio ou espalhadas nas centenas de línguas faladas pela cidade.  
 Como separar o Vaticano da cidade de Roma?
 Como separar Nova York do mundo? Se o mundo é Nova York.
 Adorei descobrir que a Broodway era nada mais, nada menos, que a trilha dos índios locais. Por isso ela é a única avenida torta.
 Por sorte meu bisa avô não gostou daqui.
 Se ele tivesse gostado, este texto não existiria. 

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