sexta-feira, 19 de junho de 2015

Ipanema, 1,6k quadrados de talento.

Acho que fui injusto com Ipanema, no meu último post. Ou ainda não tão bem compreendido. Ao compará-la a Copacabana. Eu causei conflito com alguns bairristas, e apaixonados por Ipanema. 
Tentarei concertar. Antes de mais nada, Ipanema, tem em mim, talvez, a maior de todas as influências culturais. Meus pais são da geração Ipanema. Todos os escritores, teatrólogos, divas, jornalistas, músicos, poetas, estilistas, pintores, formadores de opinião, cineastas, que eles me apresentaram, ou que eu tenha descoberto por mim mesmo, quase todos, vieram de Ipanema.
Por este motivo, acredito que temos um paradoxo, me sinto tão a vontade em Ipanema, que acabo ficando incomodado. Ainda muito criança, eu rodava as boutiques da rua Oscar Freire e Augusta com a minha mãe, e ainda muito criança minha mesma mãe me apresentou a Rua Visconde de Pirajá, dizendo que era como a Oscar Freire do Rio.
São Paulo não tem nenhum pedaço tão concentrado, onde tenham vivido tantos talentos juntos. Mas o que eu sinto hoje, é que aqueles nomes todos, aqueles anos todos, ficaram lá para trás da década de 80.
E se já em criança, comecinho dos anos 80, eu já reconhecia a similaridade, entre meu bairro Paulistano e Ipanema, agora então, constatar que onde havia o Píer, temos hoje o Fasano e o Bar Astor, é a concretização do que eu disse no post anterior.
Ipanema mudou o mundo. Ipanema foi uma explosão cultural, das mais importantes da história da humanidade. Podendo ser comparada a Firenze e a Atenas facilmente, sem exageros.
Mas o que teria acontecido, para que em tão pouco tempo, sucumbisse a discutível cultura dominadora paulistana?
Não existe lugar no mundo, em que um Paulistano de classe alta, se sinta mais em casa do que Ipanema. Só por isso, concluo que há algo de podre no reino de Ipanema.

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