sexta-feira, 19 de junho de 2015

Copacabana de novo.

Sem querer passar por elitista, mas aos 40 anos, conheço algumas grandes cidades. Buenos Aires, Lima, São Paulo, Cidade do México, Los Angeles, Nova Iorque, Londres, Paris, Roma (grande na idade), Tóquio, Cairo, Seul...
Por isso sei que cidades deste porte, são muito heterogêneas nas suas regiões, bairros, zonas, distritos. 
Sexta feira, tomo um avião em Congonhas, as 12h e desço no Santos Dumont, as 12:45h. De um bairro central de São Paulo para exatamente o Centro do Rio. É quase como pegar um metrô.
Mas o que eu quero dizer aqui, é de como as praias de Copacabana e Ipanema- Leblon são culturalmente tão distintas.
Seja na arquitetura, comportamento ou ainda etnias.
Como um Paulistano da gema, sinto que Ipanema tenha se tornado uma filial dos Jardins. As mesmas boutiques, restaurantes, hotéis, celebridades, bares, caras e nomes. A mesma comida inclusive e até o mesmo partido político.
Aquela brincadeira de dizer a Tijuca é a Mooca, a Lapa e Santa Tereza, são a Vila Madalena, Botafogo e Flamengo, equivalem a Higienópolis, Barra é Moema. São Conrado é Vila Nova Conceição. Urca é Pacaembu. Lagoa, Gávea e Jardim botânico, são Ibirapuera e Itaim.
Mas e Copacabana? Seria o Bixiga? A Avenida São Luis? Não.
Copacabana, no meu entender, é um caso único. É uma cidade dentro de uma cidade.
Há uma magia dentro de Copacabana. É um paradoxo. É, ao mesmo tempo, o que há de mais cosmopolita no Brasil, e mesmo assim, é, ao mesmo tempo, o que há de mais carioca, regional.
Alguns autores, dizem que Ipanema, foi uma maternidade cultural, um celeiro, berço nos anos 60, 70 e 80. Mas me desculpem, com o metro quadrado mais caro do Brasil, o natural foi o que aconteceu, o establishment Paulistano e os caboclos do “Cantri” Club, tomaram Ipanema.
Já em Copacabana, me sinto as vezes em Paris, as vezes em Havana, outras caminhando por Buenos Aires e principalmente em Nova Iorque. Onde se não em Copacabana, ou NY, se veem Negros e Judeus convivendo pacificamente, lado a lado? E ambas etnias serem tão cariocas, ou tão nova-iorquinas?
Eu que nasci em 74, e nunca cheguei a ver o Asdrúbal, o Píer, o Circo Voador, a Bossa, me apaixonei por Copacabana. Sua decadência, seu Glamour, grandeza, elegância, cultura e cosmopolitismo. Aquilo sim, foi Capital do Brasil. Não Ipanema, me desculpem.

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